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ALEP revela que mais de 3.500 AL estão inativos em Lisboa

Imojuris | 18-02-2022
A ALEP – Associação do Alojamento Local em Portugal entregou no dia 14 de fevereiro um documento na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), intitulado "Alojamento Local em Lisboa em período de pandemia", em que garante haver 3.500 alojamentos inativos e chama a atenção para o efeito «contraproducente» dos anúncios de suspensão das licenças.
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Segundo a associação do setor, o Alojamento Local (AL) em Lisboa teve quebras de faturação entre 55% e 60% em 2021, e entre 75% e 80% em 2020. «Lisboa, junto com o Porto, foi dos destinos mais afetados com a crise», pode ler-se no documento, citado pela Lusa.

Segundo a mesma fonte, os deputados municipais estão a apreciar uma proposta aprovada pela oposição no executivo da câmara que prevê a suspensão imediata de novos alojamentos locais em toda a cidade, enquanto decorrer a revisão do regulamento municipal do AL.

De acordo com o documento da associação, dos 19.651 alojamentos locais em Lisboa inscritos no Registo Nacional de Alojamento Local, mais de «3.500 não estão ativos», uma vez que, durante a pandemia, cerca de 2.000 deixaram de ser anunciados nas plataformas e 1.500 “registos fantasma” foram criados na sequência dos anúncios de suspensão de novas autorizações.

Segundo a associação, em 2020, o número de novos registos de AL desceu pela primeira vez e o mesmo teria acontecido em 2021 se não tivesse sido anunciada a intenção de suspender novas licenças em toda a cidade, por parte do PS, durante a campanha das eleições autárquicas, o que terá provocado os referidos "registos fantasma". Esta situação volta a repetir-se este ano, com o anúncio e «a proposta efetiva» de suspensão de novos registos aprovada pelo executivo da câmara de Lisboa, refere a Lusa.

«É preciso repensar este tipo de política, que além de trazer algumas injustiças, como o agravamento fiscal e intransmissibilidade, geram um comportamento irracional no mercado e que tem o efeito justamente contrário ao proposto pelas medidas», lê-se no mesmo documento.

Segundo a ALEP, em 2020 e 2021 houve «um número similar» de novos registos e cancelamentos, o que se traduziu num «crescimento quase nulo» e numa «renovação saudável, já que foram substituídos registos nas zonas históricas, com maior concentração, por novos registos em zonas fora das áreas turísticas», respondendo a novos segmentos de mercado que até à pandemia não encontravam resposta para as suas necessidades, refere a Lusa. Em causa estão alojamentos para arrendamento de média duração, entre um a nove meses, destinados, nomeadamente, a estudantes, familiares e doentes em tratamento em hospitais, pessoas com casas em obras ou nómadas digitais, refere a mesma fonte.

Para a ALEP «o AL não está limitado apenas aos turistas», salientando que o registo de novos alojamentos fora das zonas de contenção «foi inexpressivo», sobretudo quando comparado com os milhares de casas vazias nos mesmos bairros, que não são usadas para habitação permanente. A única exceção foi a freguesia da Estrela, onde nos últimos dois anos surgiram mais 115 alojamentos locais. «A possível suspensão destas áreas não turísticas vai afetar justamente a oferta destes segmentos necessários à cidade e que antes não encontravam solução de alojamento temporário», lê-se no documento entregue na AML, citado pela Lusa.

Segundo os dados avançados pela ALEP, existem 7.500 titulares de AL em Lisboa, dos quais 5.000 são particulares e 2.500 são empresas. Destas, 40% têm apenas uma propriedade e 68% têm até três. Pelo que, defende a associação, é «um mito» que o AL em Lisboa esteja dominado por grandes fundos e empresas, já que «o setor continua a ser composto essencialmente por particulares e micro empreendedores».

Em janeiro deste ano estavam registados, a nível nacional, 99.158 alojamentos locais e o setor representa cerca de 40% das dormidas do turismo no país, 50% em Lisboa e 60% no Porto. Segundo a associação, só 28% das propriedades ficam em Lisboa e no Porto, estando 72% «fora dos grandes centros», associadas a destinos do interior, de surf e natureza.

Fonte: Lusa