O presidente da APEMIP, Paulo Caiado, defendeu, em declarações à agência Lusa, que é necessário «aumentar o parque habitacional público, que representa cerca de 2% do parque habitacional total», e saudou o facto de o Governo «já ter falado em aumentá-lo de 2% para 5%» e de haver «verbas do Plano de Recuperação e Resiliência destinadas a esse fim».
Para o presidente da APEMIP, citado pelo Jornal de Negócios, é necessário que o Estado «tenha programas que possam apoiar quem precisa de arrendar uma casa e não tem rendimentos para o fazer». Porém, considera fundamental que «essa ajuda dependa do rendimento das pessoas e não do mercado».
Isto porque, segundo Paulo Caiado, a resposta não passa por «programas de renda acessível para os jovens, com a possibilidade de arrendar uma casa 20% abaixo dos valores de mercado», quando tal signifique «que os valores de mercado são 1.500 euros» e o jovem «vai poder arrendar por 1.200 euros».
O responsável da APEMIP entende que «a acessibilidade tem que estar estruturada e tem que estar associada à rentabilidade das pessoas e das famílias» e acredita que, havendo intervenção do Estado, «não faltarão privados» interessados em associar os seus imóveis a estes programas.
Para Paulo Caiado, a criação de alternativas de arrendamento pode passar também por incentivos à recuperação de «720 mil fogos habitacionais» existentes no país e que «representam quase 15% do parque habitacional nacional».
«Seguramente muitos destes fogos não têm condições de habitabilidade» e «muitos destes proprietários até gostariam muito de ter uma ajuda, de uma autarquia ou do Governo, que pudesse intervir na recuperação daqueles imóveis», sublinhou.
E, caso assim sucedesse, e «10% destes fogos, com a necessária intervenção» fossem colocados no mercado, isso significaria «quase duplicar a oferta», frisou o mesmo responsável.