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Governo quer recuperar a captação de investimento através dos ‘Vistos Gold’

| 14-07-2017
É preciso «recuperar a excelente reputação» de Portugal, voltar a posicionar o país entre «os melhores programas de Vistos Dourados», afirmou o secretário de Estado da Internacionalização, apelando a «uma nova abordagem» ao programa. 
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É preciso «recuperar a excelente reputação» de Portugal, voltar a posicionar o país entre «os melhores programas de Vistos Dourados», afirmou o secretário de Estado da Internacionalização, apelando a «uma nova abordagem» ao programa. 

O secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, falava durante a sessão de abertura do primeiro Fórum Anual dos Empresários Portugueses da Construção no Mundo, promovido pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas – AICCOPN, no passado dia 12 de julho, no Porto.

As quebras sucessivas registadas nos últimos meses no volume de investimento captado através do programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), mais conhecido por regime dos ‘Vistos Gold’, preocupam o setor da construção e também o Governo. Jorge Costa Oliveira garante que «o Governo tem prestado atenção ao assunto» e que «estão a ser tomadas medidas, nomeadamente no âmbito do Programa Capitalizar, que ajudam a facilitar a captação de investimento e o fomento do empreendedorismo».

«Precisamos de voltar a recuperar aquilo que perdemos, que foi uma excelente reputação como país com um dos melhores programas de Vistos Dourados», sublinhou, notando contudo a necessidade de fazer «uma nova abordagem» ao programa.

Num dos últimos atos públicos enquanto secretário de Estado, Jorge Costa Oliveira reconheceu que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tem estado sujeito a «crescentes exigências», sendo «manifesto que não conseguirá dar vazão às necessidades nos próximos anos». Razão pela qual apelou a que «uma área essencial de captação de investimento em Portugal, como é o imobiliário, tenha uma nova abordagem», a qual deverá ser feita «por entidades com sensibilidade para as questões do investimento e do empreendedorismo». Neste contexto, o secretário de Estado deixou um «apelo público» para que as associações do setor da construção e do imobiliário «não parem a pressão» com vista à retoma e promoção do programa.

Internacionalização é uma prioridade para o Governo

A par da captação de investimento estrangeiro, o Governo quer «dar prioridade à internacionalização» das empresas nacionais, estando já em desenvolvimento a estrutura do Programa Internacionalizar.

«Cerca de 2/3 do crescimento económico nacional está alavancado nas exportações», sublinhou Jorge Costa Oliveira, assinalando que «se há setor que está internacionalizado, quase foi obrigado à internacionalização, é a construção». Foram mais de 80% as empresas do setor que se internacionalizaram durante os anos mais severos da crise que abalou a economia nacional e, especialmente, o setor da construção e imobiliário.

Na última década, «a internacionalização da construção tem crescido cerca de 23% por ano e os números de 2015 apontam para 10,4 mil milhões de euros, sendo o setor de atividade que já representa 16,6% da faturação internacional, relativamente ao negócio com o exterior», salientou Manuel Reis Campos, presidente da AICCOPN, que falava no mesmo Fórum.

De acordo com o responsável da AICCOPN, África representava, em termos de internacionalização, cerca de 63%, com um grande peso de Angola, cerca de 34%, sendo Portugal o segundo país com mais implantação em África e o terceiro na América Latina.

Uma das grandes dificuldades reside em aceder ao financiamento e encontrar fundos que apoiem as empresas no processo de internacionalização. E, neste ponto, os diversos participantes que marcaram presença no Fórum, como Celeste Hagatong Agrellos, Presidente do Conselho de Administração da COSEC, Abel Cubal de Almeida, Administrador da SOFID, Inês Jácome, da Área das Multilaterais da AICEP Portugal Global e António Silva Lopes, Administrador da companhia de seguros ABARCA, foram unânimes em considerar que todos os stakeholders parecem alinhados e que tanto o setor público como o privado apostam esforços no acesso ao financiamento.